I
O verso de abertura do primeiro poema de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, é desde logo revelador de uma intencionalidade particular que se repercute no conjunto dos poemas que constituem a obra e que, a um certo nível, pode ser considerado como um anúncio de uma poética de características singulares. Com efeito, se entendermos que o título de uma obra pode ser orientador, ou pelo menos sugestivo, em relação àquilo que nela podemos encontrar, dir-se-ia que o primeiro verso do primeiro poema de O Guardador de Rebanhos apresenta, logo à partida, um motivo desestabilizador, que, apesar de ser minimizado no segundo verso, não deixa de suscitar, por si mesmo, uma desconfiança que reside no facto de o guardador de rebanhos, que se apresenta em primeira pessoa, afirmar que nunca guardou rebanhos. Os versos seguintes, contudo, apesar de deflacionarem o efeito provocado pelo primeiro verso, não resolvem o problema.
Ainda assim, esta contradição vai sendo estabilizada ao longo do poema e encontra um eco particular no poema 9, quando o poeta afirma que “O rebanho é os meus pensamentos”. Sendo assim, a descrição das sensações experimentadas pelo poeta passa a poder ser entendida como a sua modalidade de apreciação das coisas exteriores e, desse modo, é enquanto parte desse exterior em que se insere que ele deve ser entendido. A relação entre todo e partes, com efeito, é recorrente na poesia de Alberto Caeiro e, a este respeito, torna-se pertinente referir o poema 47.
Vi que não ha Natureza,
Que Natureza não existe,
Que ha montes, valles, planicies,
Que ha arvores, flores, hervas,
Que ha rios e pedras,
Mas que não ha um todo a que isso pertença,
Que um conjuncto real e verdadeiro
É uma doença das nossas idéas.
O poema 47 de O Guardador de Rebanhos apresenta-nos uma distinção fundamental entre “todo” e “partes”. De acordo com o poema, a diluição da Natureza nas suas partes constitutivas é o modo saudável de a contemplarmos. Esta afirmação advém do facto de, segundo o poeta, “um conjunto real e verdadeiro/ É uma doença das nossas ideias”.
A mesma ideia surge também noutro poema, como, por exemplo, no poema 2, quando o poeta afirma que “Pensar é estar doente dos olhos”. A doença a que Caeiro se refere é aquela que Ricardo Reis identifica quando se refere ao facto de, perante uma estátua existir um sentimento translato[1] que conduz o observador num caminho apaziguador, nomeadamente quando à figura de Cristo na cruz fazemos corresponder as ideias de “perfeição moral”, de ascetismo e de castidade. Noutra passagem, o mesmo Reis reconhece em si os efeitos do contacto com Caeiro, através daquilo que ele considera ter sido a substituição que nele se exerceu com a passagem “da nossa civilização postiça” à respiração “de força (…) das grandes emoções primitivas”[2].
Esta maneira de entender “doença” e “cura” parece estar de acordo com a ideia de que a beleza da arte não provoca dor, porque ela existe sem vida. A beleza de uma arte primordial identificável na figura esculpida de um Apolo que aí surge enquanto superfície, sem a profundidade da matéria em que é trabalhada.
Assim sendo, apenas existem partes, do mesmo modo que, deste ponto de vista, se verifica a emergência de uma necessidade de, quando em presença de uma paisagem complexa, ser feita uma análise atómica da coisa em si, em confronto com a sugestão de multiplicidade, resultante de uma consciência de si diluída. Num certo sentido, o modo como Alberto Caeiro é referido e caracterizado parece sugerir uma tentativa de superação desta diluição, na medida em que é apresentado como uma unidade primordial e solar com a qual colaboram as outras partes, que vão sendo nomeadas sucessivamente de acordo com as sensações que delas são recolhidas pelo sujeito poético. De qualquer maneira, as partes organizam, num certo sentido, aquilo que o todo, em virtude da complexidade que lhe é intrínseca, fragmenta. A este propósito, Ricardo Reis afirma, partindo do verso “[A Natureza é] partes sem um todo”, que “O Universo, como conjunto, síntese e não soma das coisas, é uma ideia abstracta. Por isso não há Universo. Não é por não sabermos se não há; é por sabermos, por isso que ele é uma ideia abstracta, que não há”[3]. Deste modo, para Caeiro só há particulares. Este processo que envolve a distinção entre partes e todo encontra-se presente também, embora de um modo distinto, em outros poemas de Fernando Pessoa. No poema “Conselho”, por exemplo, esta distinção pode ser identificada a partir da relação que se estabelece entre exterior e interior, nomeadamente quando o poeta se refere a esses dois espaços, enquanto lugares constitutivos de um sujeito que se engendra. Deste modo, “o jardim”, apresentado como imagem exterior e modo de apresentação do sujeito poético, parece assumir o lugar de um todo, por detrás (ou no interior) do qual, a diluição do sujeito “duplo guardado” se realiza. Aliás, este procedimento, envolvendo uma distinção entre interior e exterior, ou dentro e fora, também está presente no poema primeiro de O Guardador de Rebanhos, nomeadamente, e de forma mais visível, nas segunda e terceira estrofes do poema:
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Nestas estrofes está contida uma percepção particular do entendimento do sujeito poético, em relação com o meio exterior, mas também consigo próprio, e que pode ser relacionável com aquilo que acabei de afirmar a propósito do poema “Conselho”, de Fernando Pessoa. Com efeito, nesta citação, encontramos uma relação entre aquilo que pertence ao domínio dos sentidos e o que é do domínio de uma interiorização, que sugere a reflexão. A Natureza aqui entendida, bem como as coisas naturais, constitui para o poeta motivo de conformação, de ajustamento, se entendermos que estas coisas, embora capazes de produzirem tristeza são também condicionantes de um sossego, em si mesmo coerente com uma ausência de modulação das emoções do poeta. Assim sendo, o “ruído de chocalhos” será o elemento que produz o efeito de contentamento no poeta, precisamente por se encontrar “Para além da curva da estrada”, de, não sendo visível, apenas sugerir, do mesmo modo que, noutro momento do poema, é da imaginação que resulta o sentimento de tristeza diante de um pôr de sol. Aquilo que pertence à esfera do exterior, coisas como “jardins” ou “ruídos de chocalhos”, por exemplo, pode ser apreendido como uma construção, mas também como projecção de uma ideia de liberdade. Apesar de os exemplos apresentados nos conduzirem por diferentes caminhos, permitem, ainda assim, estabelecer um conceito segundo o qual, tanto os “jardins” – porque espaços construídos para fora e desejavelmente festivos – como os “ruídos dos chocalhos” – porque elementos sensoriais sugestivos de uma circunstância que, por ser exterior ao sujeito, lhe permite criar para si a ilusão de evasão – remetem para um lado de fora onde o sujeito se constitui como um outro, em contraponto com o espaço da ocultação, guardado. O mesmo é dizer por remeterem para o domínio das sensações, único domínio, aliás, onde é possível ascender ao contentamento. Por outras palavras, o contentamento a que o poeta alude acaba por se constituir como instância que resulta de uma passagem sujeita à erosão do tempo, que, por sua vez, se revela contraditoriamente no interior do poeta, nomeadamente porque, se por um lado se constitui como princípio daquilo que é do domínio do sensível, por outro, parece conter a marca de uma nostalgia reconhecível na tristeza referida no poema e que adquire uma expressividade maior pelo contraponto produzido através das contradições entre, respectivamente, “contentes” e “tristes”, por um lado, e “alegres” e contentes”, por outro.
O final da terceira estrofe deste poema 1 é consistente com uma ideia de duplicidade relacionada com o facto de, ao mesmo tempo que o poeta é capaz de encontrar “sossego” na sua tristeza, ele também é capaz de identificar o contentamento que deriva de um ruído que provém de um sítio ao qual não pode aceder senão através da audição. O “ruído dos chocalhos”, presumivelmente festivo, na imaginação do poeta, é, para todos os efeitos um elemento que se situará num ponto de observação mais exterior ao poeta, até porque a ele não acede de outro modo que não seja o da sugestão de contentamento que nele provoca.
II
A propósito da ideia de que a Natureza “não existe”, de acordo com os versos de Alberto Caeiro (“Vi que não há Natureza,/ Que Natureza não existe”), Ricardo Reis afirma que “Quando Caeiro, no seu poema principal, exclama: “A Natureza é partes sem um todo”, afirma uma ideia que é inteiramente estranha à nossa mentalidade, uma ideia que nenhum de nós podia ter. Podemos, é claro, compreendê-la; mas não podemos nunca compreender como alguém a teve.”[4] Além disso, num certo sentido, é também nas palavras de Álvaro de Campos, a propósito de Alberto Caeiro, nas «Notas para a Recordação do Meu Mestre Caeiro»[5], que vamos encontrar uma possibilidade de leitura. Com efeito, nas palavras de Campos, Caeiro é a instância fundadora de onde emanam outras instâncias, de modo que aquilo que poderia corresponder ao lugar ocupado pela “Natureza”, passará, nas palavras de Campos, a ser um vazio. Um vazio provisório ou apenas aparente, contudo, visto que nele se instalará um sistema de valores particular, proveniente do facto de, apesar de tudo, podermos encontrar na figura de Caeiro o ponto onde se encontram as partes que vão sendo identificadas a par e passo. Neste contexto, um sistema de valores pode ser entendido como um conjunto de actos singulares, executados tendo em vista um valor último e comum, que, neste caso, reside na figura de Alberto Caeiro. Por outras palavras, o lugar de Caeiro será o de figura tutelar e solar para onde se voltam as partes diante das quais ele se revela como o todo, único capaz de preencher o espaço que, do ponto de vista discursivo, tinha sido deixado vago. A este respeito, Ricardo Reis vai mesmo mais longe e parece resolver o problema quando numa outra passagem afirma que “Caeiro, no seu objectivismo total, ou, antes na sua tendência constante para um objectivismo total, é frequentemente mais grego que os próprios gregos” duvidando mesmo que “grego algum escrevesse aquela frase culminante de O Guardador de Rebanhos”[6].No fundo, Ricardo Reis, confirma aquilo que advém da caracterização de Caeiro, feita por Campos, na perspectiva de que, com Caeiro, se está na presença de todo o paganismo, consubstanciando, assim, na figura de Caeiro, um sistema de valores particular.
A ausência de modulação, já referida anteriormente em relação às emoções de Alberto Caeiro, encontra-se também na descrição que Álvaro de Campos faz do seu Mestre Caeiro[7] quando, referindo-se à voz deste, afirma que “era igual, lançada num tom de quem não procura senão dizer o que está dizendo”[8]. Aliás, toda a descrição de Caeiro, feita por Álvaro de Campos, remete para essa ausência de modulação, nomeadamente através das referências ao branco e às suas tonalidades, quando se refere à “claridade da alma”, à “cor um pouco pálida” dos malares, ao “gesto branco”, à “testa [que], sem ser alta, era poderosamente branca”, chegando mesmo a culminar esta descrição de brancura com a referência geral de que “era pela sua brancura, que parecia maior que a da cara pálida, que tinha majestade”. É também através desta ausência de modulação discursiva, que se projecta no modo como o sujeito poético sente, que podemos interpretar o facto de, numa construção aparentemente ambígua, ele afirmar acerca dos seus pensamentos, que “Só [tem] pena de saber que eles são contentes,/ Porque, se o não soubesse,/ Em vez de serem contentes e tristes,/ Seriam alegres e contentes”.
No fundo, Alberto Caeiro é a figura tutelar de um paganismo novo que encontra nas palavras de Ricardo Reis uma legitimação em «O Regresso dos Deuses»[9]. Logo na abertura, o texto contém um anúncio de uma ordem nova, quando nele se afirma que “Os deuses não morreram”. De seguida, Ricardo Reis apresenta uma explicação e simultaneamente uma justificação para este facto, referindo que aquilo “que morreu foi a nossa visão deles” e que não foram os deuses que desapareceram, mas nós que “deixámos de os ver”. Com esta afirmação, Reis assume que o problema que conduziu ao desaparecimento dos deuses não teve a sua origem nos deuses, mas sim nos homens, que, com o tempo, foram deixando de sentir como os gregos, apresentando, para o efeito, como resposta o renascimento do objectivismo puro que estes possuíam. A propósito de Objectivismo Transcendente, Reis identifica Caeiro como o grande representante daquilo a que ele chama, nomeadamente, por exemplo, na seguinte passagem das «Notas para um Prefácio a Alberto Caeiro»[10]:
Os próprios gregos da grande Grécia, criadores do Objectivismo, não atingiram o Objectivismo Transcendente do assombroso português, a quem a Fama nada deu (…)
.
È de salientar o modo como Ricardo Reis se refere a Alberto Caeiro, como “assombroso português”, na medida em que é revelador de uma forte admiração e confirma o epíteto de Mestre que, tanto ele próprio como Álvaro de Campos, atribui a Caeiro. De qualquer maneira, para Ricardo Reis, Caeiro é o representante maior do neopaganismo, por via do seu Objectivismo Transcendente. Facto para mais notório quando, a propósito do seu Mestre, Ricardo Reis afirma que “Em Caeiro o paganismo reage essencial e integral – sem os deuses, é certo, mas com toda a inteligência e a sensibilidade pagãs, a objectividade absoluta no pensamento”.[11]
A actividade crítica de Ricardo Reis conhece diversas demoras na poesia de Alberto Caeiro e, num certo sentido, enquanto discípulo deste, Reis estabelece programaticamente aquilo que a poesia de Caeiro afirma. Deste modo, é o discípulo Reis que desempenha, através do exercício da sua função de crítico, o papel de teorizador daquilo que, em verso, o seu Mestre Caeiro escreve e afirma sentir.
Assim sendo, aquilo que Caeiro afirma e que muitas vezes é surpreendente, resulta susceptível de uma interpretação particular, se lido à luz do sistema de valores que Campos, Reis e também António Mora estabelecem a partir da sua poesia.
Num opúsculo intitulado «Regresso dos Deuses», António Mora identifica em Caeiro o lugar da “aurora” do primeiro dia do neopaganismo[12]. Desse modo, Mora, situando Caeiro no ponto primordial, inaugural, do dia, concorda com Ricardo Reis, e com Álvaro de Campos, a propósito da posição central que o Mestre ocupa, para eles próprios, mas também em relação à nova ordem que com ele nasce. Com efeito, ao anunciar o aparecimento de Caeiro[13], António Mora apresenta-o, como resposta à decadência resultante da influência do “psiquismo cristão” na civilização moderna[14]. Sendo assim, considera Mora, mais adiante, no «Programa do Periódico de Caeiro, R. Reis, etc.», que importa “Desfazer o erro enorme que existe em toda a gente moderna de que o ideal grego é sensual ou propriamente animal”, considerando também, deste modo que “o ideal grego é essencialmente de calma e de domínio de si próprio”[15]. Neste sentido, ao afirmar, a propósito de Alberto Caeiro, que “se os nossos sentidos fossem perfeitos, não precisávamos de inteligência; nem as ideias abstractas de nada nos serviriam”[16], também Ricardo Reis colabora com António Mora e ambos participam da ideia de que existe uma cura para a doença de pensar, que aparece em vários poemas de O Guardador de Rebanhos.
Além disso, António Mora, no já referido opúsculo, estabelece as condições para o aparecimento de Alberto Caeiro. Alberto Caeiro é o pagão[17] que estava em falta e que, aparecendo, preenche o vazio deixado vago por uma Natureza que não existe, senão nas “partes sem um todo” em que se revela.
A centralidade de Alberto Caeiro em relação ao conjunto heteronímico de Fernando Pessoa pode ser encontrada em diferentes textos, quer de Ricardo Reis, como de Álvaro de Campos ou de António Mora. Para eles, Caeiro é a figura tutelar, qual deus pagão capaz de em si mesmo conter uma totalidade. A mesma totalidade que o próprio Caeiro rejeita ver na Natureza. Caeiro é assumido como o novo deus pagão capaz de ser descrito por Reis, quando confrontado com a sua existência, como uma aparição de consequências imprevisíveis. Por outras palavras, quando Ricardo Reis afirma que “[respirou] outra vez a grandeza, a força e a singela perfeição das grandes emoções primitivas, que vinham da natureza sem datar das almas” e que nesse momento “[abriram-se-[lhe] de para em par, visualmente, em que Amon começa o dia” e “[se] sentiu diferente, como um mortal chamado ao convívio dos Deuses”[18], embora afirme mais adiante não ser de Caeiro essa imagem, arriscamo-nos porém a considerar, ainda assim, a possibilidade de essa revelação ter uma origem divina, por exemplo por ser a voz de Caeiro, a tal voz enunciada por Campos como sendo “lançada num tom de quem não procura senão dizer o que está dizendo”, sem modulação, e, deste modo, semelhante à de um deus pagão.
O sistema de valores, centrado em Alberto Caeiro e referido por Álvaro de Campos, Ricardo Reis e António Mora, resulta de uma construção, cuja estratégia se encontra descrita num texto de Reis.
Platão, erigindo em pessoas abstractas as ideias, seguiu o velho processo pagão da criação de deuses; colocou, porém, os seus deuses longe de mais. Uma ideia só se torna um Deus quando é devolvida à concrecção. Passa então a ser uma força da Natureza. Isso é um Deus. Se isto é realidade ou não, não sei. Pessoalmente creio na existência dos deuses; creio no seu número infinito, na possibilidade de o homem ascender a deus[19]
Alberto Caeiro é a “pessoa abstracta” aludida no texto.
[1] REIS, Ricardo, «Notas para um Prefácio a Alberto Caeiro, in Prosa, Assírio & Alvim, «Col. Obras de Fernando Pessoa», nº19, Lisboa, 2003, pág. 182.
[2] Idem, pág.65.
[5] CAMPOS, Álvaro de, «Notas para a Recordação do Meu Mestre Caeiro», in PESSOA, Fernando, Poemas Completos de Alberto Caeiro, Prefácio de Ricardo Reis, Posfácio de Álvaro de Campos, Editorial Presença, 1994, Lisboa. Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral da Cunha, pp. 155-177.
[6] REIS, Ricardo, ob.cit., pág.141.
[7] PESSOA, Fernando, Poemas Completos de Alberto Caeiro, Prefácio de Ricardo Reis, Posfácio de Álvaro de Campos, Editorial Presença, 1994, Lisboa. Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral da Cunha, pág. 157.
[8] idem.
[9] REIS, Ricardo, ob.cit., pp.179-187.
[10] idem, pág.63.
[11] idem, pág.62.
[12] PESSOA Fernando, ob.cit. pág.263.
[13] idem.
[14] idem, pág.253.
[15] idem.
[16] REIS, Ricardo, ob.cit. pág.74.
[17] PESSOA Fernando, ob.cit. pág.263: “Como o que está na inteligência tem de estar primeiro nos sentidos (aqui dito sem inútil filosofia, mas apontando apenas o facto/ material/), o paganismo tinha de ser instintivo, de sensibilidade, antes de poder novamente ser uma ideia formada e consciente. Era preciso, para que pudesse renascer o paganismo, que começasse por aparecer um pagão. Era preciso um homem cujo espírito fosse pagão, para que espontaneamente revelasse à sensibilidade o paganismo, a que outros, percebendo este adaptar-se, dariam a forma intelectual.”
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