Explorou os metódicos labirintos da filosofia. Em 1893, publicou dois ensaios: um sobre a crítica literária, outro sobre a história. Em 1899, advertiu, com uma espécie de receio parecido momentaneamente com o pânico e momentaneamente com a felicidade, que os problemas metafísicos estavam a organizar-se nele, e que a solução - ou uma solução - era quase iminente. Deixou então de ler, dedicou as suas manhãs e as suas noites à vigília e caminhou pela cidade sem ver nada, calado e conjecturando. Tinha feito trinta e três anos: a idade, segundo os cabalistas, do primeiro homem quando o formaram do barro.
Em 1902, inaugurou a sua Filosofia do Espírito com um primeiro volume: a Estética. (Nesse livro, estéril, mas brilhante, nega a diferença entre fundo e forma e reduz tudo a intuições.) A Lógica apareceu em 1905; a Prática, em 1908; a Teoria e storia della storiografia, em 1916.
De 1910 a 1917, Croce foi senador do Reino. Quando a guerra foi declarada e todos os escritores se abandonaram aos prazeres lucrativos do ódio, Croce manteve-se imparcial. Desde Junho de 1920 até Julho de 1921 exerceu o cargo de ministro da Instrução Pública.
Em 1923, a Universidade de Oxford fê-lo doutor honoris causa.
A sua obra ultrapassa já os vinte volumes e compreende uma história de Itália, um estudo das literaturas da Europa durante o século XIX, e monografias sobre Hegel, Vico, Dante, Aristóteles, Shakespeare, Goethe e Corneille.»
Jorge Luís Borges, Textos Cativos
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