Giorgio Colli, Escritos sobre Nietzsche
Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Anche in una società più decente di questa, mi sa che mi troverò a mio agio e d'accordo sempre con una minoranza. (Nanni Moreti)
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quinta-feira, 26 de maio de 2011
Ciência
«Mas o que é que significa a ciência para Nietzsche? Certamente não a ciência no sentido da Antiguidade, isto é, um sistema de proposições fundadas sobre princípios universais, ligadas numa concatenação férrea, deduzidas e demonstradas umas mediante as outras. Mas também não no sentido moderno, ou seja, como conhecimentos obtidos através da recolha,, da indução, do experimento, e introduzidos depois, também eles, no mecanismo dedutivo, se, como parece, as teses e as discussões de Humano são apresentadas por Nietzsche como exemplos de actividade científica. Ele desenvolve já nesta obra, e de modo aprofundado nos escritos que se hão-de seguir, uma crítica cerrada contra o pensamento lógico e dedutivo, e a própria forma aforística que introduz em Humano aponta para a desconfiança para com o carácter produtivo das cadeias demonstrativas. Pode-se mesmo observar um contraste paradoxal entre a prosa de Richard Wagner em Bayreuth, onde, para exaltar a arte e a paixão, ele procura de modo elaborado, quase penoso, explicar, deduzir, demonstrar, e a de Humano, na qual a preeminência da ciência, ou em geral da razão, se exprime em lampejos, no máximo em discussões onde os pensamentos se mostram bastante mais coordenados do que subordinados. Por capacidade científica entende Nietzsche, na verdade, sobretudo a do juízo, de um juízo, além disso, no qual os termos se ligam não por uma necessidade inerente à razão de todos os homens, mas por um vínculo que nem a todos é dado entender. Ele alcança assim o essencial no que está contido dentro de certos limites. Aquilo que caracterizaria este juízo é o seu carácter concreto: sujeito e predicado são tirados directamente da esfera intuitiva, sensível, ou são determinações interiores de natureza ética, que se relacionam com as raízes do aprazível e do doloroso, do desejável e do evitável, e, na medida em que precisam de ser abstraídos, são universais já não lógicos mas sim éticos, ou pelo menos extraídos do mundo do devir.»
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