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Aluno e Professor. Sempre aluno.

sábado, 18 de dezembro de 2010

William Wordsworth

«Querida Liberdade! Mas para que serviria
Esse dom se não consagrasse a alegria?
Porque ao descer o doce alento do céu
Sobre o meu corpo, julguei sentir
Uma brisa semelhante, cuja suave agitação
Me reanimou, para agora se transformar
Numa tempestade, cujo poder excessivo
Atormentava a sua própria obra.Grato a ambos
E aos seus benéficos poderes, que, reunidos
Para destruir uma prolongada geada,
Trazem consigo promessas primaveris, a esperança
De dias activos, animados pelo voo das horas,
Dias de agradável ócio, cheio de resignados pensamentos
Obscuros, com as suas pontuais orações,
Matinas e vésperas de harmoniosos versos!

Eu, ó meu amigo, que não costumo fazer
De uma presente alegria o motivo de uma canção,
Abri, naquele dia, a minha alma em harmoniosos poemas
Que não seriam esquecidos e deixo aqui
Inscritos; fiz aos campos abertos
Uma profecia; a melodia poética veio
Espontaneamente cobrir com uma veste sacerdotal
Um espírito renascido  e eleito,
Tal a minha esperança de servir o sagrado.
A minha própria voz me animou e, mais ainda, o eco
Interior do espírito da harmonia imperfeita;
Escutei um e outro, retirando de ambos
Uma alegre confiança no futuro.»

William Wordsworth, O Prelúdio 

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