João R. Figueiredo, «Prefácio» a Ana Cláudia Santos, Poesia e Ciência Nova, o conhecimento segundo Giambattista Vico
Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Anche in una società più decente di questa, mi sa che mi troverò a mio agio e d'accordo sempre con una minoranza. (Nanni Moreti)
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Giambattista Vico
«Nas relações quase sempre tempestuosas entre a filosofia e a poesia, o filósofo napolitano Giambattista Vico (1669-1744) assume uma posição tão idiossincrática quanto a obra que lhe dá expressão. O seu livro mais importante, a Ciência Nova, fornece um dos primeiros e mais fortes contributos para definir a especificidade daquilo a que hoje chamamos as ciências humanas por oposição às ciências naturais. O que distingue as humanidades destas últimas assenta no facto de o seu objeto de estudo ter sido criado pelo próprio homem, ao passo que o filósofo natural encontra o material para as suas cogitações no mundo que antecede a criação das instituições sociais, das leis e da própria linguagem. Isso implica o desenvolvimento de um método distinto e específico para estudar tudo o que diz respeito às ciências humanas, chegando Vico à conclusão de que, nestas, o método coincide com o objecto de estudo. Esse objecto é, para todos os efeitos, indiscernível da própria história da disciplina.»
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