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sábado, 27 de agosto de 2011

Não compares: o vivente é incomparável

Não compares: o vivente é incomparável.
Com que terno pavor se aceita
das planícies a uniformidade
e o arco do céu como doença.

Dele esperando notícia ou serviço,
ao ar submisso apelei, o percurso
compus, e naveguei pelo arco
das viagens que não têm começo.

Onde tenho mais céu é que vagueio,
mas ir de Vorónej, a dos cerros novos,
para os montes toscanos de todos os homens,
impede-mo esta angústia clara.

18 de Janeiro de 1937

Óssip Mandelstam, Fogo Errante, antologia poética

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