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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ética

«Uma indiciação das disposições éticas é dada pelo prazer e pelo sofrimento que acompanham as nossas acções. Por um lado, o que se abstém dos prazeres do corpo e nisso encontra motivo de regozijo é temperado; mas já o que se entedia com essa prática é devasso. Do mesmo modo, é corajoso quem resiste em situações terríveis e nisso encontra motivo de regozijo ou, pelo menos, não sente medo. Por outro lado, já é cobarde o que nas mesmas situações sente medo. A excelência ética constitui-se, portanto, em vista de fenómenos de prazer e de sofrimento.
É, assim, por causa do prazer que incorremos, por um lado, em acções vergonhosas. É, do mesmo modo, também por causa da ansiedade causada pelo medo que nos podemos afastar de feitos gloriosos. Por isso devemos ser levados logo desde novos, como diz Platão, a fazer gosto no que deve ser e a sentir desgosto pelo que não deve ser. É essa a educação correcta. Além do mais, se as excelências se constituem a partir das acções e afecções - o prazer e o sofrimento acompanham toda a afecção e toda a acção -, também sob esse fundamento a excelência se constitui sobre os prazeres e os sofrimentos.»

Aristóteles, Ética a Nicómano 

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