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sábado, 23 de julho de 2011

Auto-suficiência

«O bem completo, parece bastar-se a si próprio. Nós entendemos por «auto-suficiente» não aquela existência vivida num isolamento de si, nem uma vida de solidão, mas a vida vivida conjuntamente com os pais, filhos e mulher e, em geral, amigos e concidadãos, uma vez que o Humano está destinado, pela sua natureza, a existir em comunhão com outros. Mas tem de se traçar um certo limite neste complexo de relações. É que ao estender a noção de auto-suficiência aos progenitores, aos descendentes e até aos amigos dos amigos, prossegue-se até ao infinito. Mas isso terá de ser examinado numa outra vez. Nós entendemos por «auto-suficiente» aquilo que, existindo num isolamento de si, torna a vida numa escolha possível, não precisando de mais nenhum acrescento. Cuidamos que uma coisa deste género é a felicidade; demais, cuidamos que a felicidade é, de entre todas as coisas boas, a favorita, mesmo sem ser levada em consideração com as outras. Se fosse levada em consideração com todas as coisas boas, ela seria preferível quando acrescentada de um bem - porque, por mais ínfimo que fosse, constituirá sempre um acréscimo de bem, e um bem maior é sempre a melhor possibilidade de escolha.»

Aristóteles, Ética e Nicómaco, 1097b

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