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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Prelude (IX)

«Do mesmo modo que um rio parece render-se
Em parte a velhas recordações e é dominado
Até certo ponto pelo medo de seguir sempre a direito,
O que depressa o iria submergir  no mar devorador,
Retrocedendo para reavaliar o seu curso, lá muito para trás,
À procura das mesmas regiões que atravessou
No início, assim fizemos nós, meu Amigo!
Retrocedemos e regressámos com penosos desvios.
Ou como um viajante, que atingindo o cume
De uma elevada colina, enquanto ali está parado
Para retomar o fôlego, se sente tentado a rever
Os lugares deixados atrás de si; e, se nada
Do que merecesse a sua atenção escapou ao seu olhar,
Ou tenha sido visto com demasiada negligência,
Lá do alto se esforçasse com um último olhar e ainda
Com mais outro num esforço para ver ainda mais.
Assim nós nos detivemos. De seguida voltamos a partir
Com coragem, e uma nova esperança se eleva
Sobre os nossos trabalhos. Devemos saudar esta ansiedade
Sem forma, sempre que ela surja! Tão necessária a uma vasta
Tarefa, três vezes mais precisa agora para o assunto
Que nos aguarda! Como é tão diferente o passado!»

William Wordsworth

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