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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Mentira

«- Mas, mais correctamente, como há pouco referia, chamar-se-ia verdadeira mentira à ignorância que existe na alma da pessoa enganada. Uma vez que a que consiste em palavras é uma imitação do que a alma experimenta e uma imagem que surge posteriormente. Não é uma mentira completamente isenta de mistura, não é assim?
- Inteiramente.
- Por conseguinte, a mentira autêntica é detestada não só pelos deuses, mas também pelos homens.
- Assim me parece.
- E quanto à mentira por palavras? Quando e a quem é útil?, a ponto de não merecer o desprezo? Não será em relação aos inimigos e aos chamados amigos, quando, devido a um delírio ou a qualquer loucura, intentam praticar qualquer má acção, que ela se torna útil como um remédio, a fim de os desviar? E, na composição de fábulas que ainda que ainda há pouco referíamos, por não sabermos onde está a verdade relativamente ao passado, ao acomodar o mais possível a mentira à verdade, não estamos a tornar útil a mentira?
- É inteiramente assim.»

Platão, República 

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