Hannah Arendt, Homens em Tempos Sombrios
Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Anche in una società più decente di questa, mi sa che mi troverò a mio agio e d'accordo sempre con una minoranza. (Nanni Moreti)
Acerca de mim
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Hermann Broch (1886-1951)
«Para Broch a liberdade é o impulso anárquico, latente em cada eu, para o «alheamento» em relação aos outros homens. Esse impulso já está representado no reino anumal, na figura do «solitário». Se o homem apenas obedecesse ao desejo de liberdade do seu eu, seria «o animal anárquico». Mas como o homem é «incapaz de subsistir sem os seus semelhantes, e portanto incapaz de levar às últimas consequências as suas tendências anárquicas», tenta subjugar e escravizar os outros seres humanos. A faceta rebelde e anárquica do eu, que embora dependa dos outros homens prefere permanecer, no seu íntimo, totalmente alheado deles, para salvaguardar a sua indepêndencia, já nos primeiros escritos de Broch é apontada como uma das origens do mal radical. Mas nesses primeiros escritos permanece eclipsada pela análise que Broch faz do carácter puramente estético do verdadeiro mal. Nos escrios mais tardios, todos eles redigidos na perspectiva de teoria do conhecimento, a situação inverte-se. Da teoria do conhecimento decorre directamente a consequência política de que o homem, nas suas relações com os seus semelhantes, deverá estar sujeito à mesma coerção a que necessariamente se sujeita na cognição, ou seja, na sua relação consigo próprio. Broch nunca acreditou que esta esfera política, onde o homem age exteriormente e se vê enquadrado na engrenagem do mundo exterior, pudesse reger-se por categorias de origem política. «Pois a agitação e o bulício do mundo dificilmente podem ter outro resultado que não a anarquia...» e «a política é a mecânica do bulício exterior». A agitação do mundo deve sujeitar-se à mesma necessidade evidente e coerciva a que se sujeita o eu; e para que esta obrigação seja válida, deverá demonstrar-se que a coerção é de facto humana, ou seja, que brota realmente da humanidade do homem. A tarefa ético-política da teoria do conhecimento consiste em proceder a esta demonstração. A teoria deve mostrar que a humanidade do homem é uma necessidade coerciva e assim permite salvar-nos da anarquia.»
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