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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

F. Scott Fitzgerald

«- Deves começar a pôr dinheiro de parte - garantia-me há pouco o Rapaz de Futuro. - Achas que é muito fino gastar tudo quanto ganhas, mas qualquer dia ainda te vês obrigado a recorrer à sopa dos pobres.
Aborrecia-me, esta conversa, mas bem sabia que era impossível fazê-lo calar-se e pedi-lhe então que me dissesse como devia actuar.
- É muito simples - respondeu com alguma impaciência - basta fazeres um depósito impossível de levantar, mesmo que queiras...
Não era a primeira vez que eu ouvia isto. Tratava-se do Sistema Número 999. Desde o início da minha carreira, há quatro anos, que eu experimentava o Número 1. Um mês antes de casar eu tinha ido falar com um corretor de fundos e pedi-lhe parecer sobre a forma de investir dinheiro.
- Só mil dólares - confessei - mas parece-me acertado fazer já economias.
Reflectiu, o homem.
- Não opte pelas obrigações Liberty - aconselhou - que são muito fáceis de trocar por dinheiro. Precisa é de um investimento saudável e pouco móvel, que não possa de cinco em cinco ser mexido.
Acabou por me escolher um título que rendia sete por cento e não tinha cotação na Bolsa. E assim fiz o empate dos mil dólares, dando início à minha carreira de capitalista.
Que terminou nesse mesmo dia.»

F. Scott Fitzgerald, «Viver Um Ano com 36000 Dólares», in A Fenda Aberta

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