A verticalidade resiste a uns olhos
húmidos
que resistem a contemplar
a terra macia,
pronta a acolher o invólucro
já quase despido.
Balançam no escuro
anjos flamejantes e festivos
Sorriem,
deixando adivinhar
uma espécie de bonança
sem regresso
É no escuro que se vence
o medo de sufocar
de existir
Não me venham com conversa fiada
não cabe em mim a esperança
do novo dia
por isso a carne amolece
preparando-se, fazendo-se
ao leito que a há-de acolher
e em espírito julga
Sobreviver
porque assim lho disseram
na idade tenra do sol a brilhar
Ainda quer acreditar nesse
sol e nele depositar a esperança
fugidia
A mesma esperança
que lhe vem de dentro
de um lugar recôndito
de onde de si para si
Resiste.
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