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Aluno e Professor. Sempre aluno.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

De repente

De repente, o vazio absurdo, inexplicável.
De repente, uma descida sem fim.
De repente, tinha-te nos meus braços inúteis, como inúteis são todos os desejos formulados em horas aflitas.
E tu ali. Caída sem reflexos nem cor. Ao longe havia vozes e gente... ao longe, apenas à distância infinita entre o momento e tudo o resto.
De repente, o crepúsculo, na sua forma mais sombria, apareceu. Nem sequer dei por ele, apenas sei que apareceu na sua forma mais sombria, porque, naquele momento, não podia ser outra a forma do crepúsculo.
Depois, aos poucos, a calma tornou-se diferente. Deixara de ser a calma, agora assustadora, da solidão infinita, para se tornar noutra coisa de onde emergia ilusoriamente a companhia.
É verdade, foi na conjugação das nossas solidões infinitas que nos encontrámos naquele momento em que a sorte e o destino pesaram sobre ti e sobre mim.
Agora, chegada a noite, a minha gratidão mostra-se-me infinita no momento - novo - em que te contemplo.

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