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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Chorar

«Entre o asceta e o homem vulgar não conheço, na esfera da dignidade da alma, uso intermédio ou médio termo. Quem usa que use, quem abdica que abdique. Use com a brutalidade do uso; abdique com a absoluteza da abdicação. Abdique sem lágrimas, sem consolações de si mesmo, senhor ao menos da força da sua abdicação. Abdique sem lágrimas, sem consolações de si mesmo, senhor ao menos da força da sua abdicação. Despreze-se, sim, mas com dignidade.
Chorar ante o mundo - e quanto mais belo o choro, mais largo mundo se lhe abre e mais pública vergonha - eis a última indignidade que pode praticar sobre a sua vida íntima um vencido que não conserva a espada para o último dever do soldado. Somos todos soldados neste regimento instintivo da vida: temos de viver com a lei da razão ou com nenhuma lei. O prazer é para os cães, a queixa para as mulheres; o homem tem somente, de seu e próprio, a honra ou o silêncio. Senti isto, mais que nunca, nas chamas do fogão em que acabei para sempre com os meus escritos.»

Barão de Teive, A Educação do Estóico

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