De nossa doce Pátria desterrados,
As mãos na face, os olhos derrubados,
Com saudades de ti, Sião, choramos.
Os órgãos nos salgueiros penduramos,
Em outro tempo bem de nós tocados;
Outro era ele, por certo, outros cuidados;
Mas por deixar saudades os deixamos.
Aqueles que cativos nos traziam
Por cantigas alegres perguntavam:
- Cantai - nos dizem - hinos de Sião.
Sobre tal pena, pena tal nos dão,
Pois tiranicamente pretendiam
Que cantassem aquele que choravam.
Luís de Camões
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