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Oeiras, Portugal
Aluno e Professor. Sempre aluno.

sábado, 19 de dezembro de 2009

No meio do caminho havia uma selva escura, não que me atormentasse a selva, mas as raízes profundas das suas árvores que escondidas agitavam a minha estrutura em construção. Pelos caminhos sinuosos da selva eu percorria um calvário de inseguranças que mais não eram do que a incapacidade de me deter a mim próprio no meu cogitar leviano. Não sei por que terei agitado o vaso da tranqulidade, não sei por que terei deixado verter a terra que me servira de suporte. Tudo aconteceu em mim e è comigo que me tenho de reencontrar. Escrevo porque uma serenidade subita me tomou e me permitiu alcançar o primeiro degrau da ordem interior. Que dizer de alguém que tem tudo e não descansa por atingir sempre mais. Eu vejo a morte acordar todas as manhãs, trago-a comigo e rio dela enquanto posso, mesmo que seja por pouco tempo. Ao mesmo tempo, prossigo em desafio, troço e desdenho, sabendo da sua irreversibilidade. A selva de que falo, persegue-me como se de uma figuração da morte se tratasse, agora que me encontro perdido, ela actua como um vírus tirânico, assola-me o espírito. O mais desconcertante è a minha insanidade que me faz transportar sistematicamente a um lugar outro em que eu sei que serei capaz de me iludir, julgando-me, mesmo que por breves momentos feliz vencedor de uma contenda sem história. Dentro de mim encontro razões para a necessidade vital de me alhear da inexorabilidade de um encontro, na fugacidade das coisas que apenas se deixam tocar.

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