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Aluno e Professor. Sempre aluno.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Paz Universal

 Às vezes a vida chama-nos à razão. 
Repentinamente. 
O rouxinol deixa de cantar 
e, no seu silêncio, 
anuncia a chuva a bater na vidraça. 
Melhor, 
logo que interrompe o seu canto, 
a chuva invade-nos 
e varre tudo à sua passagem. 
Abruptamente. 
Sem aviso, 
aquilo que ontem era marcado 
por um horizonte 
a perder de vista, 
tornou-se 
paisagem devastada 
em sombrios ocasos.
O fulgor luminoso de ontem 
deu lugar à escuridão 
de uma paisagem devastada.
Ouvido, então, o choro da terra, 
por maior que seja a treva, 
irrompe 
pela superfície dos oceanos 
e vem lembrar-nos 
que à escuridão 
sucede sempre a luz, 
seja quando for, 
em que circunstâncias for.
No esforço redobrado para seguir o seu caminho, 
o homem levanta-se. 
Simplesmente. 
Mesmo que seja num 
trânsito sem destino, 
em direção a nenhures. 
Só que o facto de identificar este destino 
é já o prenúncio 
de uma vontade nomeada. 
A vontade, 
enquanto existe a aspiração
 a um canto de rouxinol recuperado, 
é o princípio de salvação. 
Salvemo-nos 
e que sejamos capazes de caminhar
 em direção ao lugar 
onde as almas se encontram 
e onde possamos encontrar 
uma redenção. 
Aí chegados, 
em resultado de uma atitude determinada, 
seremos inteiros, imbatíveis divinos.
Sonhemos 
com a reconstrução do templo da paz universal.    

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