Porém, nessa manhã,
entre gumes e medos,
eu descomposta, o frio, a flor tão branca,
o rosto dele em gelo e desafio,
nessa manhã de azul,
coisas ergueram-se
Meço com fio de tinta
e um pano longo
bordado a cor de sangue:
a distância entre mim
e a Palavra
e vejo-a de gigante:
Falar não me dirá do teu acaso
e a haste a tinta,
presa a medo e sangue,
suspende-se, atrasada,
em longo desafio
ao Tempo
Ana Luísa Amaral, Ágora
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