Hermann Broch, Os Sonâmbulos
Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Anche in una società più decente di questa, mi sa che mi troverò a mio agio e d'accordo sempre con una minoranza. (Nanni Moreti)
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terça-feira, 8 de maio de 2012
Vida autónoma
«A ligação da vida autónoma à categoria do valor é um dado tão indissolúvel dessa vida e tão condicionado pela sua essência como a ligação da consciência autónoma à categoria de verdade - poderiam procurar-se outros nomes para fenómenos como o valor e a verdade, mas enquanto fenómenos nem por isso deixariam de subsistir tão irrefutavelmente como os próprios Sum e Cogito: ambos extraindo a sua origem da autonomia do Eu, que ponto liga com o exterior, ambos acto e posição desse Eu. Assim o valor separa-se num acto que formula o valor, um acto, no sentido mais geral, formador do mundo, e num valor realizado, formado, especialmente visível, visível no mundo; o conceito de valor separa-se em categorias complementares: em valor ética da acção e em valor estético da acção realizada - verso e reverso da mesma medalha - que só graças à sua coesão constituem o conceito de valor na sua maior generalidade e a situação lógica de toda a vida. E, de facto, foi sempre assim na história: já os historiadores antigos se submetiam a conceitos de valor, a história moralizante do século XVIII utiliza os seus, com toda a consciência, e na concepção de Hegel o valor absoluto aparece muito distintamente, tanto no conceito de «espírito do mundo» como no da «judicatura da história». Por isso não é para admirar que a função metodológica do conceito de valor se haja tornado o tema principal da filosofia da história pós-hegeliana, embora com um funesto resultado acessório: deslocação do conhecimento total em conhecimento das ciências da natureza; alheio ao valor, e o conhecimento das ciências do espírito, submetido ao valor; é esta, se assim quiserem, a primeira declaração da falência da filosofia, pois, graças a esta deslocação, a identidade do pensamento e da existência ficou confinada aos limites lógico-matemáticos e, para todo o resto do domínio do conhecimento, esta tarefa idealista, tarefa principal da filosofia, foi abolida, a menos que apareça relegada para as brumas da intuição.»
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