O que queria ele dizer com esta «liberdade» dos Helenos e «escravidão» dos não-helenos»? Devemos ter cuidado em não lhe dar um sentido estritamente político, embora o matiz político seja bastante importante. Politicamente significava, não necessariamente que o cidadão se governava a si próprio, - pois a maior parte das vezes assim não acontecia - mas sim que, qualquer que fosse o governo da cidade, respeitava os seus direitos. Os negócios de Estado eram do domínio público, não apenas da competência exclusiva de um déspota. As pessoas eram regidas pela Lei, uma lei conhecida, que respeitava a justiça. Uma vez que viviam numa verdadeira democracia, essas pessoas tomavam parte no governo do Estado, - a democracia, como os Gregos a entendiam, é uma forma de governo que o mundo actual não conhece nem pode conhecer. Mas se não viviam numa democracia, os Gregos eram, pelo menos, «membros», não súbditos, e os princípios da governação, toda a gente os conhecia. O governo arbitrário ofendia os Gregos até ao fundo da alma.»
H. D. F. Kitto, Os Gregos
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