Num dia trágico, a memória da tragédia
Na sequência do pacto Ribbentrop-Molotov, assinado em 23 de Agosto de 1939, os alemães invadiam a Polónia, a 1 de Setembro, desencadeando a segunda guerra mundial. Duas semanas mais tarde, a URSS invadiu e ocupou a metade da Polónia que lhe fora consignada através do pacto. Durante esse período de ocupação, os soviéticos capturaram, fazendo prisioneiros de guerra, milhares de militares do exército polaco. Em Março de 1940, o Politburo ordenou o fuzilamento de cerca de vinte e dois mil homens, entre oficiais e outros «inimigos de classe» polacos, internados em campos de concentração na localidade de Katyn, ou detidos em prisões soviéticas. Os corpos sepultados nas fossas de Katyn foram mais tarde encontrados pelos nazis, que, por sua vez, ocuparam aquela região depois do ataque à URSS. Esta descoberta correspondeu ao início de uma guerra de propaganda e desinformação que durou meio século. O regime estalinista procurou descarregar a responsabilidade pelo massacre sobre os alemães, orquestrando uma campanha de falsificação à qual os aliados, durante a guerra, não procuraram opor-se - uma atitude de conveniência que perdurou mesmo no pós-guerra (sobretudo por parte dos ingleses) por razões de oportunidade e de «distensão». Os documentos que comprovavam a culpa soviética foram escondidos no arquivo ultra-secreto do Politburo e todos os governos soviéticos que se seguiram, até Gorbachov recusaram admitir a sua existência.
O mal absoluto do totalitarismo não tem cor e não permite tréguas.
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