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terça-feira, 8 de março de 2016

I, 31

«Que pede um poeta a Apolo, a quem um templo
foi dedicado? Que suplica, derramando da pátera
     um líquido novo? Nem as férteis colheitas
        da fértil Sardenha,

nem o amável gado da ardente Calábria,
nem o ouro e o marfim da Índia, nem as terras
     que o silente curso do Líris remordeja
        com sua tranquila água.

Que a vinha seja com calena foice podada
pelos contemplados da fortuna, que em copos de ouro
     o opulento mercador de um trago beba
        os vinhos trocados por sírias mercadorias,

homem grato aos próprios deuses, pois todos os anos revê
impune três ou quatro vezes o mar atlântico;
     quanto a mim, alimentam-me as azeitonas,
        a chicória e as leves malvas.

Filho de Latona, faz com que saudável desfrute
daquilo que tenho, e que, rogo-te, de mente sã
     leve uma velhice nem desagradável,
        nem privada da cítara.

Horácio, Odes, I, 31

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