a casa dos meus pais,
tem hoje mais de trezentos anos. Aqui, quase toda a gente
vive em casas muito velhas, que
são estimadas e ao mesmo tempo recebem novas
formas de vida. Quando as renovamos e aproximamos a sua
velha existência dos dias de hoje, sentimos como é difícil
manter vivos valores que já pertencem à distância
aqueles que atravessam a aldeia percebem
como valeu a pena e como devo sentir-me feliz (o termo não
faz sequer muito sentido, permitam-me ao menos por um
momento
dizer feliz) por poder levar comigo
as ruas e as casas, antigas e perfeitas, úteis
ainda. É como guardar um livro desde sempre amado
no segredo do quarto
e fixar cada palavra
sílaba a sílaba as distinguimos, uma cor diversa.
Permitam-me viver com o mais desconhecido: o antigo, o passado.
João Miguel Fernandes Jorge
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