Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Anche in una società più decente di questa, mi sa che mi troverò a mio agio e d'accordo sempre con una minoranza. (Nanni Moreti)
Acerca de mim
segunda-feira, 19 de junho de 2023
O Tempo é o melhor conselheiro
E quanto engano, artimanha e embuste não existem no reino do Belo! E por que razão? Porque o reino do Belo é, ao mesmo tempo, o reino do amor e do desejo, porque a carne e os sentidos se imiscuem e determinam a ideia de beleza.
(Thomas Mann, in «José e os seus irmãos, o jovem José»)
There was a boy
There was a boy; ye knew him well, ye cliffs
And islands of Winander! - many a time,
At evening, when the earliest stars began
To move along the edges of the hills,
Rising or setting, would he stand alone,
Beneath the trees, or by the glimmering lake,
And there, with fingers interwoven, both hands
Pressed closely palm to palm and to his mouth
Uplifted, he, as through an instrument,
Blew mimic hootings to the silent owls,
That they might answer him. - And they would shout
Across the watery vale, and shout again,
Responsive to his call, - with quivering peals,
And long halloos, and screams, and echoes loud
Redoubled and redoubled; concourse wild
Of jocund din! And, when there came a pause
Of silence such as baffled his best skill:
Then, sometimes, in that silence, while he hung
Listening, a gentle shock of mild surprise
Has carried farinto his heart the voice
Of mountain-torrents; or the visible scene
Would enter unawares into his mind
With all its solemn imagery, its rocks,
Its woods, and that uncertain heaven received
Into the bosom of the steady lake.
This boy was taken from his mates, and died
in chidhood, ere he was full twelve years old.
Pre-eminent in beauty is the vale
Where he was born and bred: the churchyard hangs
Upona slope above the village-school;
And, through that church-yard when my way has led
On summer-evenings, I believe, that there
A long half-hour together I have stood
Mute - looking at the grave in which he lies!
Crepúsculo
«A modernidade deve atribuir-se a quem rejeita a ideia de um esvaziamento total do futuro no passado e opta pela inesgotabilidade do futuro, ainda que essa escolha exclua a possibilidade de um Deus omnisciente, de um Deus que, «no final dos tempos», se inclina para trás, numa retrospetiva abrangente da criação.
O «mundo» - e que, durante muito tempo, «mundo» foi uma palavra injuriosa cristã sabia-o Nietzsche melhor do que ninguém - opunha-se ao convite a esvaziar o futuro no ser-passado total porque renegava a primazia ontológica do passado. Opunha-se porque, em luta consigo mesmo, graças a um esforço autodidata de coerência admirável, aprendeu a conceder ao tempo o que lhe era devido.»
Peter Sloterdijk, Depois de Deus
13
Como posso eu amar-te, se nem sei
como à porta te chamam os vizinhos,
nem visitei a rua onde nasceste,
nem a tua memória confessei.
Que vaga rima me permite agora
desenhar-te de rosto e corpo inteiro
se só na tua pele é verdadeiro
o lume que na língua se demora...
Não deixes que te enganem os recados
na infernal gazeta publicados
que te dão já por escultura minha;
nocturno frankenstein, em vão soprei
trompas de criação, e foste tu
quem me criou a mim quando quiseste.
If I DIDN'T HAVE YOUR LOVE
If the sun would lose its light
Silêncio
Quando cresci, cresci na rua, ao ar livre, sempre disponível para o destino escolhido pelo vento que me guiava. Cresci livre. Havia na luminosidade de um horizonte a descobrir o encantamento da luz do sol reflectida nas águas da minha praia, do mar que, agora adulto, revejo com renovada impressão de novidade. De uma novidade nascida do facto de nada se repetir no fluxo interminável das ondas. Cresci num tempo em que era possível a espera. O tempo era uma instância controlável de acordo com a nossa dimensão imediata. Ou parecia ser. Tudo estava à distância e a tudo era possível chegar um dia, ao longo da incomensurabilidade da vida que tinha pela frente.
Filosofia
«Se a filosofia é um esforço de conhecimento da vida, deverá corresponder aos seus desafios, deverá cuidar da vida, não a deixando correr perigos e, por conseguinte, vai à sua frente, iluminando os caminhos que consegue abrir, mantendo-a desperta para si própria. E, no entanto, a vida é sempre primeira e última, a vida adianta-se-nos sempre, na medida em que se surpreende nela um segredo por revelar, um enigma que desafia à decifração, e então ela pede que a sigamos e torna-se objecto de veneração. A paixão pelo obstáculo encontra assim o seu verdadeiro alimento.»
Maria Filomena Molder, Três Conferências, Primeira, Lança o teu pão sobre as águas (sobre Qohélet/ Ecclesiastes)
Tempo
«Para todas as coisas "há" um tempo;