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Oeiras, Portugal
Aluno e Professor. Sempre aluno.

sábado, 24 de abril de 2010

25 de Abril de 1974, Dia da Liberdade

Ossip Mandelstam, Um Poema

Vivemos sem sentir o país sob os pés,
Nem a dez passos ouvimos o que se diz,
E quando chegamos enfim à meia fala
O montanheiro do Krémlin lá vem à baila.
Dedos gordurosos como vérmina gorda,
As palavras certas como pesos de arroba.
Riem-se-lhe os bigodes de barata,
Reluzem-lhe os canos da bota alta.

À volta a escumalha - guias de fino pescoço -
Nas vénias da semigente ele brinca com gozo.
Um assobia, o outro geme, aquele mia,
Só ele trata por tu, escolhe companhia.
Como ferraduras, lei 'trás de lei ele oferta,
Em cheio na virilha, olho e sobrolho e testa.
Cada morte que faz - crime malino
E o peitaço tem amplo, ossetino.

Novembro, 1933

sexta-feira, 23 de abril de 2010

The End of Theory?; Neo-Pragmatism

Os Meus Livros, II


Contributo alla critica di me stesso, Benedetto Croce



Pouco tempo antes de morrer, em 1950, Benedetto Croce coloca um ponto final ao Contributo alla critica di me stesso. Este texto corresponde àquilo que o seu autor considera ser a "indagine ed esposizione (…) del mio svolgimento intellettuale" , uma construção da sua vida intelectual em fases distintas do seu processo evolutivo. Este pequeno volume corresponde à edição da Adelphi Edizioni (existem outras, como , por exemplo, a da Laterza Editori). A edição da Adelphi à 3ª edição da obra, data de 1993 e reproduz o texto da última edição publicada ainda em vida de Benedetto Croce. A edição da Laterza surge como apêndice à 4ª edição de Etica e politica, de 1956. Em ambas se encontram os textos de 1915, de 1934 e de 1941. Na edição da Adelphi podemos encontrar o capítulo de 1950, que é excluído da edição de 1956. A edição da Laterza, no entanto, inclui um capítulo de 1945 intitulado «Agli amici che cercano il trascendente», que o autor excluíu na última edição de que foi responsável. Os textos de 1915, 1934, 1941 e 1945, bem como a "Avvertenza" de 1945, foram compostos para as edições daqueles anos. Na edição publicada pela editora Ricciardi, em 1951, o próprio Croce eliminou os textos e substituíu-os pelo de 1950. A edição Ricciardi é a última edição do Contributo apresentada pelo autor. O texto publicado pela Adelphi (em 1989, com terceira edição de 1993) recupera precisamente o texto publicado pela Ricciardi, não seguindo, deste modo, em conta a edição de Etica e politica, de 1956, publicada depois do falecimento de Croce .
O texto de 1915 encontra-se dividido em quatro capítulos, intitulados do seguinte modo: o primeiro, «Ciò che non si troverà e ciò che si troverà in queste pagine» (quatro páginas); o segundo, «Casi della vita e vita interiore» (trinta e uma páginas); o terceiro, «Svolgimento intellettuale» (vinte páginas); e o quarto, «Sguardo intorno e innanzi a me» (cinco páginas). Segundo o autor, o título do Contributo aplica-se apenas ao texto de 1915 . A justificação que apresenta para o facto relaciona-se com a importância que o próprio Benedetto Croce atribui a esta data como ponto de transição entre a sociedade liberal, que tinha sido construída e desenvolvida desde o risorgimento, e a nova sociedade que então nascia com a Guerra.
A segunda secção do Contributo intitula-se «Note Autobiografiche» e inclui dois capítulos, um de 1934 (com vinte páginas) e outro de 1941 (com seis). Em concordância com o que Croce afirma acerca do texto de 1915, esta secção é apresentada como um apêndice ao texto, nas palavras do autor como "un'aggiunta all'autobiografico Contributo alla critica di me stesso" . Na última edição publicada em vida do autor encontra-se uma secção de 1950. Também esta secção é uma "aggiunta" e concretiza aquilo que noutras páginas do texto o autor designa como "liquidazione del passato". No fundo, aquilo que Croce reitera nestas páginas é que a "liquidazione del passato" é entendida como um projecto em desenvolvimento ao longo de toda a vida, uma maneira de ler e sistematizar o passado e de preparar a construção do presente através dessa leitura.
Além destas secções reunidas na edição da Adelphi, existe uma outra que foi incluída no Contributo em várias edições da Laterza, nomeadamente na de 1956, como «Apêndice» da obra Etica e politica. Esta secção intitula-se «Agli Amici che Cercano il Trascendente» e ocupa oito páginas da referida edição.
Da apresentação genérica da obra deduz-se que a construção do texto se prolongou por trinta e cinco anos, entre 1915 e 1950, com a particularidade de as secções que o constituem formarem individualmente um todo autonomizável, para além de terem sido acrescentadas sucessivamente, em ocasiões diferentes.
Assim sendo, cada uma das referidas secções mantém uma individualidade própria, apesar de ser parte integrante do Contributo, e pode ser considerada como uma síntese de cada uma das diferentes épocas percorridas pela evolução pessoal e intelectual do seu autor.
O Contributo alla critica di me stesso, escrito por Benedetto Croce entre 1915 e 1950, apresenta-se como uma narrativa autobiográfica, entendida como um exercício retórico, no sentido em que pretende aspirar a uma ilusão, a de que é sempre possível ultrapassar estados difíceis. São analisadas as considerações de Croce sobre a relação entre a arte e a vida bem como o papel da linguagem e da estrutura textual no encontro com a ideia de superação. Se os elementos factuais presentes no texto são susceptíveis de pôr em causa tudo aquilo que possa estar implícito numa certa maneira de entender a superação, o certo é que o plano retórico em que se alicerça o texto contribui para o estabelecimento de uma ordem nova a partir da qual será possível conceber a superação.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Silêncio

A voz do poeta descreve o silêncio da mulher. No seu silêncio, escondem-se os abismos e a trovoada, onde, pela sua voz, o poeta desvenda o segredo. Uma espécie de segredo primordial, nascido da terra e nela residindo. A esta mulher parece estar reservado o lugar de uma espera. E o silêncio nunca é transparente.

Sobre o Lado Esquerdo, de Manuel Gusmão (voz de Luís Miguel Cintra)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Acoustic Alchemy

Muitos livros de história são escritos a partir da descrição de acontecimentos, de notícias de acontecimentos históricos. No entanto, se apenas se detiverem nessas notícias, esses livros fazem relevar aquilo que está contido na pobreza do homem que, de acordo com Kirkegaard, terá ficado satisfeito por ter circum-navegado a vida. Em contraponto a esta maneira de ver, na perspectiva do homem que, apesar de ter circum-navegado a vida escolhe a repetição, então diria que a primeira perspectiva se limita a apresentar colecções de acontecimentos, habitualmente apresentados de forma cronológica. Mas esta maneira de apresentar a história não é satisfatória, visto que não se projecta no futuro, apenas se deixando envolver pelo manto de um passado “resolvido”. Ora a história, entendida como um processo, não se deixa conter nos limites que esse manto lhe impõe, irrompe para lá das suas fronteiras e procede a uma actualização constante dos acontecimentos históricos, enquadrados, tanto no tempo em que ocorreram, como no tempo em que são lidos e à luz daquilo que é o espírito do tempo, do tempo em que ocorreram, como do tempo daquele que os interpreta e estuda.

Repetição (I)

Aquele que não circum-navegou a vida antes de começar a viver nunca chegará a viver; aquele que a circum-navegou, e porém ficou satisfeito, tinha uma fraca constituição; aquele que escolheu a repetição, esse vive.

Soren Kirkegaard, A Repetição

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Béla Bartók - Cantata profana (3/3) 1930

Noé















NOÉ

Pronto, pronto, eu faço. Dá um trabalhão
mas faço. Corto madeira, arranjo pregos,
gasto o martelo. E o pior também:
correr o mundo a recolher os bichos,
coisas de nada como formigas magras,
e os outros, os grandes, os que mordem
e rugem. E sei lá quantos são!
Em que assados me pões. Tu
gastaste seis dias, e eu nunca mais acabo.
Andar por esse mundo, a pé enxuto ainda,
a escolher os melhores, os de melhor saúde,
que o mundo que tu queres não há-de nascer torto.
Um por um, e por uma, é claro, é aos pares
- o espaço que isso ocupa.

Mas não é ser carpinteiro,
não é ser caminheiro,
não é ser marinheiro o que mais me inquieta.
Nem é poder esquecer
a pulga, o ornitorrinco.
O que mais me inquieta, Senhor,
é não ter a certeza,
ou mais ter a certeza de não valer a pena,
é partir já vencido para outro mundo igual.


Pedro Tamen, Analogia e Dedos

domingo, 11 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Memória de Katyn

Num dia trágico, a memória da tragédia
Na sequência do pacto Ribbentrop-Molotov, assinado em 23 de Agosto de 1939, os alemães invadiam a Polónia, a 1 de Setembro, desencadeando a segunda guerra mundial. Duas semanas mais tarde, a URSS invadiu e ocupou a metade da Polónia que lhe fora consignada através do pacto. Durante esse período de ocupação, os soviéticos capturaram, fazendo prisioneiros de guerra, milhares de militares do exército polaco. Em Março de 1940, o Politburo ordenou o fuzilamento de cerca de vinte e dois mil homens, entre oficiais e outros «inimigos de classe» polacos, internados em campos de concentração na localidade de Katyn, ou detidos em prisões soviéticas. Os corpos sepultados nas fossas de Katyn foram mais tarde encontrados pelos nazis, que, por sua vez, ocuparam aquela região depois do ataque à URSS. Esta descoberta correspondeu ao início de uma guerra de propaganda e desinformação que durou meio século. O regime estalinista procurou descarregar a responsabilidade pelo massacre sobre os alemães, orquestrando uma campanha de falsificação à qual os aliados, durante a guerra, não procuraram opor-se - uma atitude de conveniência que perdurou mesmo no pós-guerra (sobretudo por parte dos ingleses) por razões de oportunidade e de «distensão». Os documentos que comprovavam a culpa soviética foram escondidos no arquivo ultra-secreto do Politburo e todos os governos soviéticos que se seguiram, até Gorbachov recusaram admitir a sua existência.

O mal absoluto do totalitarismo não tem cor e não permite tréguas.

Béla Bartók - Cantata profana (1/3) 1930

Símbolo, Analogia e Afinidade, de Maria Filomena Molder


Observar o céu é a graça e a maldição da humanidade


O livro de Maria Filomena Molder apresenta-se como um reflexão acerca da incapacidade de exprimirmos coisas que apenas por afinidade poderemos sentir. A autora não o afirma, mas quase podemos intuir no texto a permanência de uma discussão que não se esgota e que nos conduz a esse lugar onde se intersectam, sem que o nó alguma vez se desfaça, a veneração, em si mesma sugestiva e capaz de conduzir à perda irreparável, e a necessidade, ou melhor, a obrigatoriedade de continuarmos uma busca que, embora reconheçamos infinita, não podemos deixar de perseguir.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os Meus Livros, I


Os Sonâmbulos, Hermann Broch

As origens do totalitarismo, mesmo que silenciosas, cobertas pelo manto da crise, social, política, económica, mas, sobretudo de valores, emerge nas personagens desta obra. O perigo não existe nas coisas visíveis, mas naquelas que apenas se insinuam.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Harmonia

A capacidade de dar sem ter em vista um troco é provavelmente a maior prova de amor. Gosto de regressar aos Fioretti e a São Francisco, onde sou capaz de encontrar paz e onde pressinto a harmonia universal.

São Francisco de Assis

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Mea Culpa (bootleg) - Byrne/Eno

7 de Abril de 1963

"A tal ponto me enredei nas fascinações de não ser eu, que me chega a ser difficil fallar com o que os outros comprehendam que é sinceridade. Se me conhecesse, saberia que sou sincero na conversa normal e humana; porém a conversa normal e humana não existe por escripto nos que não sabem escrever."

Fernando Pessoa
No tempo em que ainda andava de bibe, aliás um bibe muito especial com os sinais do totobola, comecei a brincar com letras e depois fui percebendo aos poucos que com elas era possível engendrar maneiras de representar aquilo que até então me permitia comunicar por sons, por palavras ditas. Como quem faz construções de lego, eu brincava com as palavras, que me pareciam já nessa altura um campo inesgotável e me abriam uma janela para aventuras inimagináveis. Este foi um jogo que me habituei a cumprir em segredo, num segredo cumplice. Com o tempo fui dando conta do modo como as palavras são capazes de nos trair e de nos conduzirem pelos insondáveis desígnios da alma a que estão vinculadas. Contraí a doença da palavra muito prematuramente e não procuro cura, do mesmo modo que não há como curar ou remediar o facto de se nascer canhoto, ou com seis dedos numa mão. A minha doença enternece-me e relaciona-me com o mundo e comigo próprio e permite-me aspirar a, em cada momento, alcançar uma explicação, sempre provisória, para aquilo que me é dado a observar.
Foi na cumplicidade com o meu irmão mais velho que "adoeci" e a ele em grande parte devo o modo como me posiciono no mundo.
É hoje, dia do teu aniversário, mano, que te agradeço o facto de me teres mostrado, mesmo que involuntariamente, as primeiras letras e de mas teres ajudado a compor e a soletrar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

The Rorty Discussion with Donald Davidson - Part 6 of 6

Benedetto Croce «Perchè non Possiamo non Dirci «Cristiani»

BENEDETTO CROCE


PERCHÉ NON POSSIAMO NON DIRCI «CRISTIANI»

Rivendicare a se stessi il nome di cristiani non va di solito scevro da un certo sospetto di pia unzione e d'ipocrisia, perché più volte l'adozione di quel nome è servita all'autocompiacenza e a coprire cose assai diverse dallo spirito cristiano, come si potrebbe comprovare con riferimenti che qui si tralasciano per non dar campo a giudizi e contestazioni distraenti dall'oggetto di questo discorso. Nel quale si vuole unicamente affermare, con l'appello della storia, che noi non possiamo non riconoscerci e non dirci cristiani, e che questa denominazione è semplice osservanza della verità.
Il cristianesimo è stato la più grande rivoluzione che l'umanità abbia mai compiuta: così grande, così comprensiva e profonda, così feconda di conseguenze, così inaspettata e irresistibile nel suo attuarsi, che non meraviglia che sia apparso o possa ancora apparire un miracolo, una rivelazione dall'alto, un diretto intervento di Dio nelle cose umane, che da lui hanno ricevuto legge e indirizzo affatto nuovo.
Tutte le altre rivoluzioni, tutte le maggiori scoperte che segnano epoche nella storia umana, non sostengono il suo confronto, parendo rispetto a lei particolari e limitate. Tutte, non escluse quelle che la Grecia fece della poesia, dell'arte, della filosofia, della libertà politica, e Roma del diritto: per non parlare delle più remote della scrittura, della matematica, della scienza astronomica, della medicina, e di quanto altro si deve all'Oriente e all'Egitto. E le rivoluzioni e le scoperte che seguirono nei tempi moderni, in quanto non furono particolari e limitate al modo delle loro precedenti antiche, ma investirono tutto l'uomo, l'anima stessa dell'uomo, non si possono pensare senza la rivoluzione cristiana, in relazione di dipendenza da lei, a cui spetta il primato perché l'impulso originario fu e perdura il suo.
La ragione di ciò è che la rivoluzione cristiana operò nel centro dell'anima, nella coscienza morale, e, conferendo risalto all'intimo e al proprio di tale coscienza, quasi parve che le acquistasse una nuova virtù, una nuova qualità spirituale, che fin allora era mancata all'umanità. Gli uomini, i geni, gli eroi, che furono innanzi al cristianesimo, compierono azioni stupende, opere bellissime, e ci trasmisero un ricchissimo tesoro di forme, di pensieri e di esperienze; ma in tutti essi si desidera quel proprio accento che noi accomuna e affratella, e che il cristianesimo ha dato esso solo alla vita umana.
E nondimeno codesto non fu un miracolo che irruppe nel corso della storia e vi si inserì come forza trascendente e straniera; e non fu nemmeno quell'altro e metafisico miracolo che alcuni filosofi (e sopra tutti lo Hegel) costruirono quando si diedero a pensare la storia come un processo lungo il quale lo spirito acquisti l'una dopo l'altra le parti costitutive di se stesso, le sue categorie – a un certo punto il conoscere scientifico o lo stato o la libertà, e, col cristianesimo, l'intimità morale –, perché lo spirito è sempre la pienezza di se stesso, e la storia sua sono le sue creazioni, continue e infinite, con le quali celebra l'eterno se stesso. E come né i Greci né i Romani né gli Orientali introdussero nel mondo quelle forme universali di cui, per enfasi, li si dice creatori, ma in virtù di cui soltanto produssero le opere e le azioni con le quali toccarono altezze prima non toccate e segnarono solenni crisi della storia umana; così anche la rivoluzione cristiana fu un processo storico, che sta nel generale processo storico come la più solenne delle sue crisi. Tentativi, precorrimenti, preparazioni si sono notati del cristianesimo, come si notano per qualsiasi opera umana – per un poema o per un'azione politica –; ma la luce che quei fatti sembrano così tramandare la ricevono di riflesso, dall'opera che si è poi attuata, e non l'avevano in sé, perché nessun'opera mai nasce per aggregazione o concorso di altre che non sono lei, ma sempre e soltanto per un atto originale e creativo: nessun'opera preesiste nei suoi antecedenti.
La coscienza morale, all'apparire del cristianesimo, si avvivò, esultò e si travagliò in modi nuovi, tutt'insieme fervida e fiduciosa, col senso del peccato che sempre insidia e col possesso della forza che sempre gli si oppone e sempre lo vince, umile ed alta, e nell'umiltà ritrovando la sua esaltazione e nel servire al Signore la letizia. E si tenne incontaminata e pura, intransigente verso ogni allettamento che la traesse fuori di sé o la mettesse in contrasto con se stessa, guardinga persino contro la stima e la lode e il luccicore sociale; e la sua legge attinse unicamente dalla voce interiore, non da comandi e preconcetti esterni, che tutti si provano insufficienti al nodo che di volta in volta si deve sciogliere, al fine morale da raggiungere, e tutti, per una via o per un'altra, risospingono nella bassura sensuale e utilitaria. E il suo affetto fu di amore, amore verso tutti gli uomini, senza distinzione di genti e di classi, di liberi e schiavi, verso tutte le creature, verso il mondo, che è opera di Dio e Dio che è Dio d'amore, e non sta distaccato dall'uomo, e verso l'uomo discende, e nel quale tutti siamo, viviamo e ci moviamo.
Da siffatta esperienza, che era in un sol atto sentimento, azione e pensiero, una nuova visione e una nuova interpretazione sorgeva della realtà, non più cercata nell'oggetto, avulso dal soggetto e posto al luogo del soggetto, ma in questo che è l'eterno creatore delle cose e l'unico principio di spiegazione; e s'instaurava il concetto dello spirito, e Dio stesso non fu più concepito come indifferenziata unità astratta, e in quanto tale immobile e inerte, ma uno e distinto insieme, perché vivente e fonte di ogni vita, uno e trino.
Questo nuovo atteggiamento morale e questo nuovo concetto si presentarono in parte ravvolti in miti – regno di Dio, resurrezione dei morti, battesimo per prepararvisi, espiazione, e via dicendo –; passarono laboriosamente da miti più corpulenti ad altri più fini e trasparenti di verità; si intrigarono in pensieri non sempre portati ad armonia ed urtarono in contraddizioni innanzi a cui si soffermarono incerti e perplessi; ma non perciò non furono sostanzialmente quelli che abbiamo in breve enunciati e, che ognuno sente risonare dentro di sé quando pronunzia a se stesso il nome di «cristiano». Una nuova azione, un nuovo concetto, una nuova creazione di poesia non è e non deve essere concepita, secondo che si configura nell'astrazione e nella congiunta immaginazione, come un qualcosa di oggettivamente concluso e circoscritto, ma come una forza che si apre la via tra le altre forze, e talora s'incaglia, tal'altra si smarrisce, tal'altra ancora avanza lenta e faticosa o perfino si lascia qua e là soverchiare dalle altre forze che non può attualmente vincere del tutto e a sé assoggettare e in sé risolvere, e nelle sconfitte si ritempra e dalle sconfitte si rialza pugnace. E chi voglia intenderla nel suo proprio ed originale carattere deve sceverarla da quei fatti estranei, sorpassare quegli incidenti, vederla non già nei suoi impacci ed arresti, nelle sue aporie e contraddizioni, nei suoi erramenti e sviamenti, ma nel suo impeto primo e nella sua tensione dominante, così come un'opera di poesia vale per ciò che ha in sé di poesia e non per l'impoetico che vi si frammischia o che si porta seco in compagnia, per le maculae che sono anche in Omero e in Dante. Si suol opporre, con sentimento di diffidenza e con parola di critica rampogna, che a questo modo si «idealizzano» le dottrine e i fatti, e non li si rispetta nella loro integra realtà; ma quell' «idealizzarli» (che non chiude già gli occhi agli elementi estranei e agli incidenti, e punto non li nega) non è altro, come abbiamo detto, se non l'«intelligenza», che li intende. Si prenda a prova il cammino contrario, e si pongano sullo stesso piano i loghi e i miti, le coerenze e le incoerenze, le certezze e le incertezze di un pensatore; e la conclusione sarà necessariamente che quell'opera non fu realmente un'opera, ma un nulla, contraddittoria, viziata e corrosa da cima a fondo dagli errori: il che volentieri usano di fare non pochi critici e storici lieti, per quel che sembra, di ritrovare nei fatti e nei pensieri e nelle opere grandi del passato la stessa dispersione mentale e la stessa inerzia morale, che è in loro .
Anche naturale e necessario fu che il processo formativo della verità, che il cristianesimo aveva così straordinariamente intensificato e accelerato, si soffermasse a un certo punto, provvisoriamente, e che la rivoluzione cristiana avesse un respiro di riposo (respiro che in istoria può essere cronologicamente di secoli) e si desse un assetto stabile. E anche qui è stata accusata e lamentata, e ancor oggi si lamenta, la caduta dall'altezza in cui l'entusiasmo cristiano, si moveva, e il fissamento, il praticizzamento, il politicizzamento del pensiero religioso, l'arresto del suo fluire, la solidificazione che è morte. Ma la polemica contro la formazione e l'esistenza della chiesa o delle chiese è tanto poco ragionevole quanto sarebbe quella contro le università e le altre scuole in cui la scienza, che è continua critica e autocritica, cessa di esser tale e vien fissata in catechismi e manuali e la si apprende bella e fatta, sia per valersene a fini pratici, sia, negli ingegni ben disposti, come materia da tener presente per i nuovi progressi scientifici da compiere o da tentare. Non è dato eliminare dalla vita dello spirito questo momento, nel quale si chiude il processo cogitativo della ricerca con l'acquistata fede e si apre quello della pratica azione, in cui la fede si trasfonde. E se questa chiusura per un verso sembra, e in certo senso è, la morte (e sia pure l'eutanasia, la buona morte) della verità, perché la verità genuina sta unicamente nel processo del suo farsi, è, per un altro verso, di conservazione della verità per la sua nuova vita e per la ripresa di quel processo, quasi sempre protetto e nascosto che germoglierà e getterà nuovi rampolli. Così la chiesa cristiana cattolica foggiò i suoi dogmi, non temendo di formulare a volte il non pensabile perché non a pieno risoluto nell'unità del pensiero, il suo culto, il suo sistema sacramentale, la gerarchia, la disciplina, il patrimonio terreno, l'economia, la finanza, il giure e i tribunali suoi e la correlativa casistica legale, e studiò e attuò accomodamenti e transazioni con bisogni che né poteva estinguere o reprimere né lasciar liberi e disfrenati; e benefica fu l'azione sua, vincendo il politeismo del paganesimo e i muovi avversari che le vennero dall'Oriente (dal quale essa stessa proveniva e che aveva sorpassato), e quelli particolarmente pericolosi perché recavano impressi molti tratti della sua stessa fisionomia come gli gnostici e i manichei, e provvedendo a costruire su nuove spirituali fondazioni il cadente e caduto impero di Roma, e di esso, come di tutta l'antica cultura, accogliendo e serbando la tradizione. Ed ebbe una lunga età di gloria che fu chiamata il medio evo (partizione storica e denominazione in apparenza nata come per caso, ma in effetti guidata da sicuro intuito del vero), nella quale non solo portò a termine il cristianizzamento e romanizzamento e incivilimento dei germani e di altri barbari, non solo impedì le rinnovate insidie e i certi danni di nuove-vecchie eresie, dualistiche, pessimistiche ed ascetiche, acosmiche e negatrici della vita, non solo animò alla difesa contro l'Islam, minaccioso alla civiltà europea, ma tenne le parti dell'esigenza morale e religiosa che sovrasta a quella unilateralmente politica e a sé la piega, e, in quanto tale, a giusto titolo essa affermò il suo diritto di dominio sul mondo intero, quali che nel fatto fossero sovente le perversioni o le inversioni di questo diritto.
Neppure sono valide le altre comuni accuse alla chiesa cristiana cattolica per la corruttela che dentro di sé lasciò penetrare e spesso in modo assai grave allargare; perché ogni istituto reca in sé il pericolo della corruttela, delle parti che usurpano la vita di tutto, dei motivi privati e utilitari che si sostituiscono a quelli morali, e ogni istituto soffre nel fatto queste vicende e di continuo si sforza di sorpassarle e di restituire le condizioni di sanità. Ciò accadde altresì, se pure in modo meno scandaloso o più meschino, nelle chiese che contro la loro primogenita cattolica, gridandone la corruttela, si levarono, nelle varie confessioni evangeliche e protestanti. La chiesa cristiana cattolica, com'è noto, anche nel corso del medio evo, giovandosi degli spiriti cristiani che spontanei rifiammeggiavano dentro o fuori dei suoi quadri, e contemperandoli al suo fine, si rinsanguò e si riformò tacitamente più volte; e quando, più tardi, tra per la corruttela dei suoi papi, del suo clero e dei suoi frati e per la cangiata condizione politica generale, che le aveva tolto il dominio da lei esercitato nel medio evo e spuntato le sue armi spirituali, e, infine, per il nuovo pensiero critico, filosofico e scientifico, che rendeva antiquata la sua scolastica, stette a rischio di perdersi, si riformò ancora una volta con prudenza e con politica, salvando di sé quanto prudenza e politica possono salvare, e continuando nell'opera sua, che riportò i trionfi migliori nelle terre di recente scoperte del Nuovo mondo. Un istituto non muore per i suoi errori accidentali e superficiali, ma solo quando non soddisfa più alcun bisogno, o a misura che scema la quantità e si abbassa la qualità dei bisogni che esso soddisfa. E quali siano in questo riguardo le presenti condizioni della chiesa cattolica, è domanda estranea al discorso che qui conduciamo.
Ripigliando questo discorso al punto dal quale ci siamo discostati per fornire gli anzidetti schiarimenti sulla verità che è propria del cristianesimo e sul suo rapporto con la chiesa o con le chiese, e riconosciuta la necessità che il processo formativo e progressivo del pensiero cristiano dovesse provvisoriamente concludersi (come si fa, in fondo, sia lecito tradurre per chiarezza il grande nel piccolo, quando, scritto che si sia un libro, lo si manda allo stampatore e al pubblico, resistendo alla follia dell'infinitum perfectionis), resta, d'altra parte, che il processo doveva essere riaperto, riveduto e portato più oltre e più in alto. Ciò che noi abbiamo pensato, non per questo è mai terminato di pensare: il fatto non è mai arido fatto, colpito di sterilità, ma è sempre in gestazione, è sempre, per adoperare un motto del Leibniz, gros de l'avenir. Quei geni della profonda azione, Gesù, Paolo, l'autore del quarto evangelio, e gli altri che con essi variamente cooperarono nella prima età cristiana, sembravano col loro stesso esempio, poiché fervido e senza posa era stato il loro travaglio di pensiero e di vita, chiedere che l'insegnamento da loro fornito fosse non solo una fonte di acqua zampillante da attingervi in eterno, o simile alla vite i cui palmiti portano frutti, ma incessante opera, viva e plastica, a dominare il corso della storia e a soddisfare le nuove esigenze e le nuove domande che essi non sentirono e non si proposero e che si sarebbero generate di poi dal seno della realtà. E poiché questa prosecuzione, che è insieme trasformazione e accrescimento, non si può mai eseguire, senza meglio determinare, correggere e modificare i primi concetti e aggiungerne di nuovi e compiere nuove sistemazioni, e perciò non può essere né ripetizione né impossibile commento letterale e, insomma, lavoro banausico (come, in generale, salvo sparsi conati e rare scintille, nell'età medioevale), ma lavoro geniale e congeniale, continuatori effettivi dell'opera religiosa del cristianesimo sono da tenere quelli che partendo dai suoi concetti e integrandoli con la critica e con l'ulteriore indagine, produssero sostanziali avanzamenti nel pensiero e nella vita. Furono dunque, nonostante talune parvenze anticristiane, gli uomini dell'umanesimo e del Rinascimento, che intesero la virtù della poesia e dell'arte e della politica e della vita mondana, rivendicandone la piena umanità contro il soprannaturalismo e l'ascetismo medievali, e, per certi aspetti, in quanto ampliarono a significato universale le dottrine di Paolo, slegandole dai particolari riferimenti, dalle speranze e dalle aspettazioni del tempo di lui, gli uomini della Riforma; furono i severi fondatori della scienza fisico-matematica della natura, coi ritrovati che suscitarono di mezzi nuovi alla umana civiltà; gli assertori della religione naturale e del diritto naturale e della tolleranza, prodromo delle ulteriori concezioni liberali; gl'illuministi della ragione trionfante, che riformarono la vita sociale e politica, sgombrando quanto restava del medievale feudalismo e dei medievali privilegi del clero, e fugando fitte tenebre di superstizioni e di pregiudizi, e accendendo un nuovo ardo e un nuovo entusiasmo pel bene e pel vero e un rinnovato spirito cristiano e umanitario; e, dietro ad essi, i pratici rivoluzionari che dalla Francia estesero la loro efficacia nell'Europa tutta; e poi i filosofi, che procurarono di dar forma cristiana e speculativa all'idea dello Spirito, dal cristianesimo sostituita all'antico oggettivismo, Vico e Kant e Fichte e Hegel, i quali, per diretto o per indiretto, inaugurarono la concezione della realtà come storia, concorrendo a superare il radicalismo degli enciclopedisti con l'idea dello svolgimento e l'astratto libertarismo dei giacobini con l'istituzionale liberalismo, e il loro astratto cosmopolitismo col rispettare e promuovere l'indipendenza e la libertà di tutte le varie e individuate civiltà dei popoli o, come furono chiamati, delle nazionalità: – questi, e tutti gli altri come essi, che la chiesa di Roma, sollecita (come non poteva non essere) di proteggere il suo istituto e l'assetto che aveva dato ai suoi dommi nel concilio di Trento, doveva di conseguenza sconoscere e perseguitare e, in ultimo, condannare con tutta quanta l'età moderna in un suo sillabo, senza per altro essere in grado di contrapporre alla scienza, alla cultura e alla civiltà moderna del laicato un'altra e sua propria e vigorosa scienza, cultura e civiltà. E doveva e deve respingere con orrore, come blasfemia, il nome che a quelli bene spetta di cristiani, di operai nella vigna del Signore, che hanno fatto fruttificare con le loro fatiche, coi loro sacrifici e col loro sangue la verità da Gesù primamente annunciata e dai primi pensatori cristiani bensì elaborata, ma non diversamente da ogni altra opera di pensiero, che è sempre un abbozzo a cui in perpetuo sono da aggiungere nuovi tocchi e nuove linee. Né può a niun patto piegarsi al concetto che vi siano cristiani fuori di ogni chiesa, non meno genuini di quelli che vi son dentro, e tanto più intensamente cristiani perché liberi. Ma noi, – che scriviamo né per gradire né per sgradire , agli uomini delle chiese e che comprendiamo, con l'ossequio dovuto alla verità, la logica della loro posizione intellettuale e morale e la legge del loro comportamento –, dobbiamo confermare l'uso di quel nome che la storia ci dimostra legittimo e necessario.
Una ben significante riprova porge di questa storica interpretazione il fatto che la continua e violenta polemica antichiesastica, che percorre i secoli dell'età moderna, si è sempre arrestata e ha taciuto riverente al ricordo della persona di Gesù, sentendo che l'offesa a lui sarebbe stata offesa a se medesima, alle ragioni del suo ideale, al cuore del suo cuore. Perfino qualche poeta, il quale, per la licenza che ai poeti si concede di atteggiare fantasticamente in simboli e metafore gli ideali e i controideali a seconda dei moti della loro passione, travide di Gesù – in Gesù che amò e volle la letizia – un negatore della gioia e un diffonditore di tristezza, finì col dare la palinodia del suo primo detto, come accadde al tedesco Goethe e all'italiano Carducci. Impressioni e fantasie di poeti furono altresì le nostalgie per il sereno paganesimo antico, di solito contraddette con le opposte impressioni e fantasie da quelli stessi che le avevano per poco intrattenute . La spensierata gaiezza e la celia, che pareva innocente dovunque si rivolgesse e si versasse, su qualsiasi fatto o personaggio glorioso della storia e della poesia, non è sembrata innocente e non è stata mai permessa intorno alla figura di Gesù, che anche si è ripugnato costantemente a portare sulle scene dei teatri, salvoché nella ingenuità delle medievali sacre rappresentazioni e delle loro sopravvivenze popolari, alle quali la Chiesa stessa è stata indulgente o che essa stessa ha promosse. E un'altra riprova è forse da vedere negli atteggiamenti e nelle simbologie di colorito cristiano, di cui si sono di frequente rivestiti i moti politici e sociali dell'età moderna, anche quelli di carattere più spiccatamente antichiesastico, sicché si è potuto parlare della «città celeste», che i razionalisti settecenteschi, i volterriani, avevano edificata, del «giardino dell'Eden», da loro trasferito all'antica Roma o alla felicità arcadica della «Ragione» e della «Natura», che tenevano in loro il posto della Bibbia e della Chiesa, e simili; e le rivoluzioni dei tempi moderni si richiamano ai loro «rivelatori», inviano i loro «apostoli» e glorificano i loro «martiri» .
Gli è che, sebbene tutta la storia passata confluisca in noi e della storia tutta noi siamo figli, l'etica e la religione antiche furono superale c risolute nell'idea cristiana della coscienza e dell'ispirazione morale, e della nuova idea del Dio nel quale siamo, viviamo e ci moviamo, e che non può essere né Zeus né Jahvè, e neppure (nonostante le adulazioni di cui ai nostri giorni si è voluto farlo oggetto) il Wodan germanico; e perciò specificamente, noi, nella vita morale e nel pensiero, ci sentiamo direttamente figli del cristianesimo. Nessuno può sapere se un'altra rivelazione e religione, pari o maggiore di questa che lo Hegel definiva la «religione assoluta», accadrà nell'uman genere, in un avvenire di cui non si vede ora il più piccolo barlume; ma ben si vede che, nel nostro presente, punto non siamo fuori dai termini posti dal cristianesimo, e che noi, come i primi cristiani, ci travagliamo pur sempre nel comporre i sempre rinascenti ed aspri e feroci contrasti tra immanenza e trascendenza, tra la morale della coscienza e quella del comando e delle leggi, tra l'eticità e l'utilità, tra la libertà e l'autorità, tra il celeste e il terrestre che sono nell'uomo, e dal riuscire a comporli in questa o quella loro forma singola sorge in noi la gioia e la tranquillità interiore, e dalla consapevolezza di non poterli comporre mai a pieno ed esaurire, il sentimento virile del perpetuo combattente o del perpetuo lavoratore, al quale, e ai figli dei suoi figli, non verrà mai meno la materia del lavoro, cioè della vita. E serbare e riaccendere e alimentare il sentiento cristiano è il nostro sempre ricorrente bisogno, oggi più che non mai pungente e tormentoso, tra dolore e speranza. E il Dio cristiano è ancora il nostro, e le nostre affinate filosofie lo chiamano lo Spirito, che sempre ci supera e sempre è noi stessi; e, se noi non lo adoriamo più come mistero, è perché sappiamo che sempre esso sarà mistero all'occhio della logica astratta e intellettualistica, immeritatamente creduta e dignificata come «logica umana», ma che limpida verità esso è all'occhio della logica concreta, che potrà ben dirsi «divina», intendendola nel senso cristiano come quella alla quale l'uomo di continuo si eleva, e che, di continuo congiungendolo a Dio, lo fa veramente uomo.

BENEDETTO CROCE

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Silence - Jan Garbarek,Egberto Gismonti,Charlie Haden

O nosso museu está em reflexão. O nosso museu parou na voragem dos dias e o tempo apenas lhe lembra o passado de onde o não deixa sair. Pela janela do museu, vislumbramos o mar, sempre o mar, que nos traz a ilusão de um sonho que nunca chegará a cumprir-se, mas que é, em si mesmo e na sua duração que se exerce. Enquanto o museu se mantém quieto, importa olhar pela janela e pensar no dia em que o museu se voltará a abrir e a estender, num exercício de sonho permanente.

The Rorty Discussion with Donald Davidson - Part 5 of 6

domingo, 4 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pietà

The Rorty Discussion with Donald Davidson - Part 3 of 6

Bach - Matthaus Passion

Sexta-feira Santa

Bach - Matthaeus Passion - 08-09-10-11

Em Mangualde observo um rio que nasce de um monte de onde, acesas, pequenas velas iluminam um caminho direito. Ao fundo, a agitação contrasta com a paisagem e, sempre presente, escuto o mar.
Repouso.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

The Rorty Discussion with Donald Davidson - Part 2 of 6


Un coin d'appartement, Claude Monet

O rapazinho parece observar o pintor que o retrata naquele recanto pouco iluminado. O rapazinho, quietinho, esconde, numa pausa breve, a inquietação de uma brincadeira por cumprir. O rapazinho pode nunca chegar a crescer da maneira como os adultos lhe vaticinavam, pois quem sabe se ele não conseguirá vir a ser o adulto perfeito, aquele que nunca o chegará a ser por nunca deixar de tentar vislumbrar a esperança?